Se tem uma coisa que me deixa chateada, é puxar assunto com alguém que não sai do celular e não demonstra o mínimo de interesse em falar comigo.

Sabe quando você puxa papo com alguém e a pessoa está tão ocupada interagindo virtualmente que não te dá espaço para continuar a conversa?

Não vejo problema em pegar o celular para dar uma olhadinha, ver se tem alguma mensagem não lida, ou, uma ligação não atendida, contudo, não custa nada esquecer um pouco o aparelho e ouvir o que o outro tem a dizer.

Com o avanço da tecnologia, as pessoas estão ficando cada vez mais conectadas, e esquecem como é gostoso se deixar levar por uma prosa regada a risos, leveza, e, principalmente, espontaneidade.

Um exemplo claro disso é a selfie. Quando saio para dar uma volta, noto que as pessoas estão mais preocupadas em registrar os momentos, do que aproveitar as companhias.

Não que seja um crime tirar fotos, longe disso, mas é inevitável. Você pega o celular, tira a foto, edita, e quer postar ali mesmo. Quando vai perceber, o passeio já acabou, e você só se preocupou em tirar fotos.

Problema que o cantor Mick Jagger da banda Rolling Stones notou quando veio fazer um show em São Paulo, no estádio do Morumbi, em fevereiro de 2016.

Jagger concedeu uma entrevista ao SuperPop, conduzido por Luciana Gimenes. Na atração, a apresentadora perguntou a ele sobre a diferença entre os públicos da banda. O cantor disse que “São Paulo é um público diferente”.

E complementou dizendo que as pessoas assistem ao show através do celular. Ao finalizar a entrevista, disse que nossa cidade é a “cidade do celular”.

Outro exemplo que me deixa profundamente incomodada, são as pessoas que saem para tomar cerveja, e, mesmo na mesa, ficam com o celular na mão, ao invés de conversarem com as pessoas que estão ao redor.

A vida passa tão depressa. Os dias estão ficando cada vez mais corridos. Vivemos 24 horas conectados, e quando encontramos a oportunidade de nos desconectar um pouco, não damos abertura para as pessoas que estão dispostas a nos ouvirem.

Triste geração que é mais preocupada em registrar momentos do que vivê-los intensamente. Triste geração que não chega junto, e não faz valer a pena cada momento. Triste geração que dá mais valor ao celular, do que a vida que há fora dele.




Estudante de jornalismo, radialista por amor, escritora nas horas vagas. Adora dar boas risadas, costuma passar os domingos de pijama assistindo filmes e séries. Apesar de não curtir baladas, é incapaz de recusar uma rodinha de violão, e para pra cantar junto. Mesmo desafinada, garante que é simplicidade em pessoa. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui