Na ânsia de obter aprovação por tudo, serem protegidas e receberem amor, as pessoas ignoram uma das melhores capacidade do ser humano: AMAR o próximo. Então, tropeçam sobre o amor que sentem, desequilibram-se no trapézio desse sentimento tão lindo. Algumas caem, outras desistem.

Mas existem aquelas que simplesmente são incapazes de lidar o amor dentro de si. Medo, orgulho, falta de experiência ou de jeito mesmo.

E quando vê, despedaçou mais um coração aqui, esmagou outro logo adiante e, assim, em vez de construir uma incrível história a dois, desmoronam relacionamentos. E não é falta de amor, é falta de competência mesmo.

E esse amor incompetente causa lágrimas. Mais do que destruir uma relação, acaba com muitas famílias e até com vidas. São muitos “eu te amo” falados, escritos, representados no emojí que manda beijo com o coraçãozinho. Entretanto, duas horas depois as pessoas já estão brigando, traindo, falando mal de quem se diz amar, enganando, dando uma rasteira pesada, agredindo e até dizendo que odeia. Mas a noite amam novamente, para no dia seguinte se tratar mal, fazer joguinhos, serem falsos, contando mentiras inacreditáveis sem deixar de acreditar que amam.

O que acontece com o ser humano? Como conseguem chegar em casa e beijar sua cara metade depois de passarem a tarde no motel com outra pessoa. Como conseguem dar uma abraço apertado e fraternal depois de passarem o dia inteiro comentando com os outros o quanto acredita que a pessoa abraçada não presta.

Como falar que aquele amigo é um porre, sem deixar de conviver com ele. Como desejar feliz aniversário para alguém que não se cansa de fazer intriga contra. Como querer tirar vantagem de alguém próximo, sempre à disposição para ajudar. Então, quando tem de agradecer, vende o convite que ganhou.

As pessoas desaprenderam a amar. Não existe mais favor, se não há alguma vantagem para uma troca, nada mais se faz por alguém. A generosidade foi substituída por um negócio de interesses rasos. E a torcida é contra quem se diz amar, essa ânsia de desvalorizar as pessoas que mais lhe dão afeto para se sentir melhor consigo mesmas, como se a vaidade fizesse mais bem do que o afeto.

É preciso acordar. Entender que todo mundo precisa de amor. Todos nós. É como uma troca de favores. Vamos compensando amores pela vida à fora, mas não de uma forma tão precisa, racional, pragmática. Mais na linha gentileza gera gentileza, substituída pelo amor, sabendo que não existe essa de querer receber sem dar. A matemática não precisa ser exata, mas tem que manter uma lógica de sentimentos, de gostar de quem gosta da gente e fugir de quem nos faz mal.

Querer amor, compreensão e proteção sem genuinamente ter bons sentimentos para jogar no universo, é uma atitude que pertence aos egoístas e interesseiros, às pessoas que prejudicam o funcionamento desse mundo com seu narcisismo disfuncional.

E, no fim das contas, elas são as mais prejudicadas, pois a sensação de ouvir um “eu te amo” é maravilhosa. Mas a de dizer, com toda a verdade, sem medo e sem culpa… Ah, essa sensação é infinitamente melhor e a única que nos preenche por completo, pois não é sendo amado, mas sim amando que a nossa alma consegue, finalmente, sorrir em paz.




"Luciano Cazz é publicitário, ator, roteirista e autor do livro A TEMPESTADE DEPOIS DO ARCO-ÍRIS." Quer adquirir o livro? Clique no link que está aí em cima! E boa leitura!

3 COMENTÁRIOS

  1. Excelente explanação sobre o amor e aVausência dele. Vejo hoje o amor sendo vulgarizado, assim como o sexo, também o amor amigo e pelos amigos. verdade que o amor se tornou negócio, que faz e de desfaz rapidamente. E os corações cada vez mais vazios e as pessoas cada vez mais só em meio a um deserto de gente estranha.

  2. Excelente reflexão , porém há grande pessimismo e extremismo ao afirmar que “ninguém” faz mais favores .
    Ninguém? Eu faço todos os dias. Divulgo a gentileza por inúmeras vezes, seja em casa ou com os meus alunos.
    Se observar bem, em um determinado grupo de pessoas , a maioria é boa. Como exemplo – em sala de aula.

  3. Excelente reflexão , porém há grande pessimismo e extremismo ao afirmar que “ninguém” faz mais favores .
    Ninguém? Eu faço todos os dias. Divulgo a gentileza por inúmeras vezes, seja em casa ou com os meus alunos.
    Se observar bem, em um determinado grupo de pessoas , a maioria é boa. Como exemplo – em sala de aula.
    Acredito nas pessoas e sou feliz com as convivências diárias. E olha que sou daquelas pessoas que toma prejuízo, pede ajuda para os demais. A escola me possibilita muito acesso a quem precisa e a quem quer ajudar!

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