Eu não quero ser essa pessoa!!! Aquela que você olha e ela está tendo um ataque de pânico e você pensa: “Sinto muito por ela” ou “Isso deve ser terrível”.

Eu não quero ser essa pessoa.

Sou aquela pessoa que precisa convencer as outras de que ter uma doença mental dói muito, mas que apesar disso ainda está viva e precisa desfrutar de bons momentos.

Eu consigo sorrir apesar da dor!

O que você pensa assim que alguém lhe diz a palavra doença mental? “Sinto muito por ela” ou “Isso deve ser terrível”. Eu quero que você me veja além da minha saúde mental, eu sou uma pessoa e não a minha doença!

Não é que eu tenha vergonha, é que esta é apenas uma parte tão pequena de mim e de quem eu sou, que não necessita ser a parte que você ressalta.

Sou aquela pessoa que tem muito medo de deixar alguém conhecer o meu lado vulnerável.

Eu não quero continuar acreditando que minha ansiedade e depressão são muito pesadas para dividir com outra pessoa, pois nessas horas me pergunto qual seria o sentido de me apaixonar.

O que parece é que as pessoas começaram a me colocar numa categoria de gente frágil desde que admiti que tenho essa luta diária. Eu não preciso ser manuseada com luvas de pelica. Eu posso lidar contra muita coisa, na verdade. Aliás eu tenho vencido todos os meus dias, até os mais tristes.

O mesmo acontece com todas as pessoas que convivem com alguma doença mental. Só precisamos de um pouco mais de amor em alguns dias.

Sou aquela que as pessoas pensam usar da sua doença mental para ficar na cama.

Não estou tentando ser doente. Não estou tentando me abandonar. Confie em mim, decepcioná-lo é algo que não quero fazer.

Sou aquela pessoa que precisa se convencer de que vale a pena viver.

Mesmo que as coisas não estejam conforme o planejado ou não sejam perfeitas.

Sei, logicamente, que nada na minha vida é tão dolorido quanto a minha saúde mental, mas às vezes não consigo me afastar de ter maus pensamentos, entretanto lembro que isso também passará.

Toda vez que tenho uma queda, celebro o fato de ter levantado!

Sou aquela pessoa que fala sobre sua doença mental tão abertamente que as pessoas frequentemente questionam se ainda a tenho.

Por respeito a todas as pessoas que sofrem de doença mental: quando você nos diz que estamos fingindo ou estamos exagerando, você está nos machucando! E isso é realmente péssimo.

Sou aquela pessoa que sente que não é normal porque o estigma em torno da doença mental ainda existe.

Ainda não estamos falando sobre isso o suficiente. Não estamos educando os adolescentes para falarem como se sentem.

Não pare de falar sobre saúde mental. Não pare de dizer como se sente. Apenas não pare.

Eu sou uma pessoa que se levanta e fala sobre as minhas lutas pessoais com a saúde mental. Há momentos em que me ocorre que as pessoas menosprezam minha doença ou fazem parecer que estou querendo chamar atenção. Há momentos em que eu realmente não quero ser a garota que tem ansiedade e depressão.

Não quero ser essa pessoa, mas sou essa pessoa.

Então, continuarei sendo essa pessoa. Quando as coisas ficam difíceis, lembro-me de que sou uma guerreira e de que sempre estarei aberta para discutir minhas lutas com alguém. Vamos continuar a conversar sobre doenças mentais e esmagar os estigmas, juntas!

*Texto escrito com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.

Imagem: Pixabay




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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