Esses dias eu li essa frase aqui na página do Facebook do Fãs da Psicanálise. Essa frase não saiu da minha mente por semanas. Fiquei tentando decifrar os tons e camadas da dor da pessoa que sabiamente a expressou. Uma verdade que poucos têm coragem de admitir.

Li comentários dos mais diversos: uns concordando, uns compartilhando, outros condenando, outros menosprezando a dor de quem se sente assim. Mesmo assim, de um modo geral, creio que devamos encarar que este é um processo de dor plena e que ele existe sim, para desespero de quem sente.

Quem sofre por um amor não correspondido ou por uma perda repentina, no desespero, às vezes tem a fuga de imaginar que “nada disso é verdade” ou “só posso estar num pesadelo, vou acordar”.

Quem está no auge da dor, ironicamente gostaria de ter a palavra, o ombro amigo ou o carinho daquele que se foi. Daquele que representava a felicidade e o amor. Daquele que era paz e conforto, do porto seguro, do abraço que aninhava.

Quando a partida é inesperada ou a apunhalada pelas costas vem como um furacão, buscamos conforto naqueles que amamos, e geralmente quem representava isso era justamente o “traidor” ou o que partiu inesperadamente, por exemplo.

Respeitar esse processo é fundamental, mais fundamental ainda é compreender que o nome disso é SOFRIMENTO e que ele não vai embora com palavras, pensamentos ou passe de mágica. O sofrimento vai embora com o tempo e com o equilíbrio que vem com ele, com o pensamento racional, com a terapia, com a retomada da consciência, com o acordar.

Esse luto é duro, demora, tortura, destrói, corrói. Mas o que fazer para sair do ciclo da dor? Não tenho essa resposta. Mas acredito que o mais razoável é esperar. Respeitar o tempo do luto e então, seguir em frente.

Cada um no seu tempo, cada qual com sua dor. Não julgue a dor do outro, não é você quem está sentindo.




Jornalista por formação, profissional de marketing por opção, escritora por paixão. Mãe, viajante solitária, ex-obesa, eterna aprendiz. É colunista do Fãs de Psicanálise.

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