Já percebeu como nós temos manias estranhas? Geralmente, quando estamos apaixonados, só queremos falar de amor.

A vida é bela, tudo é maravilhoso, as borboletas escrevem poesias e o arco-íris, sempre que aparece, canta músicas românticas ao pé do ouvido. É isso mesmo, as coisas ficam lindamente sem sentido.

Por outro lado, quando estamos sofrendo por algum desamor, geralmente, sentimos aquela sensação desagradável de querer fugir de tudo que nos lembra o amor, as músicas, os filmes e os textos de blogs.

Tudo fica enjoativo. Parece que o amor – tão belo – se torna o vilão da história.

Essa é a regra básica, mas nem sempre é assim. Demorei muito para entender isso, mas nem todo mundo quer falar de amor. No caso dela, é assim. É que ela está cansada e saturada, já brincaram demais com o seu coração. Agora quer dar um tempo desses romances intensos que consomem o tempo e o esforço dela, hoje quer focar um pouco em si.

Ela quer um pouco desses relacionamentos de uma noite, de uma semana, aqueles fugazes, efêmeros, que preenchem apenas as horas, pois acredita que esses relacionamentos são os que não machucam, não se apegam, não cobram e não podem ser cobrados. Ela decidiu simplesmente matar suas vontades imediatas criando relacionamentos de curto prazo.

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Eu sei que parece vazio, mas não a julgue, ela já brincou demais de coisas sérias, de se entregar e de dar o seu coração a quem não merece.

Hoje ela só quer se divertir, dar risadas, sentir a alma mais leve e poder mudar as datas e os horários, sem dar explicações para ninguém. Hoje ela foge de quem promete ou insinua compromisso.

Não quer falar de amor porque não lhe interessa. Ela desacreditou em palavras bonitas e promessas de longo prazo, de tantas vezes que ouviu declarações sinceras que não duraram uma estação. Aliás, não é exclusividade dela, é bem provável que todo mundo, em algum momento, fique meio desacreditado no amor, pensando que as pessoas não valem a pena.

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Ela deixou há tempos de ser aquela menina romântica e ingênua, hoje se tornou mais séria, fria e racional. Hoje quer um pouco de incertezas, de viagens sem rumos, novos ares, novas pessoas, novos idiomas e novos gostos no paladar. Ela quer sentir o mundo, sem ter algo ou alguém a perder, sem ter com o que se preocupar.

E se você gosta mesmo dela, diria para chegar com calma, à distancia, mas sem se afastar o suficiente. Por que no fundo, você vai perceber que, como qualquer outra pessoa, ela também quer amar e ser amada, mas tem medo de se machucar novamente. Que no fundo de toda aquela dureza dela, ainda guarda um coração que se emociona fácil.

Com ela vai ser assim, você vai ter que falar de futebol e de jogos de vídeo-game. Pode falar de músicas e de seriados, de sonhos e de paisagens. O que ela mais quer é distração.

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Pode convidá-la – despretensiosamente – para ver a luta do UFC no sábado à noite no bar, ou levá-la no cinema para ver aqueles filmes de ficção em que no final todo mundo morre. Tudo que for distante daqueles convites clichês que ela recebe de jantas ou filmes românticos.

E enquanto os outros prometem amores eternos e belos romances, ela enjoa, ela cansa e se afasta. Ela não quer rosas ou poemas, ela quer diversão e um pouco de adrenalina. Com ela, você vai precisar fugir do roteiro. E por mais paradoxal que pareça, é isso mesmo, para conquistá-la, você vai ter que parar de falar de amor.

(Autor: Francisco Galarreta)
(Fonte: antesdasobremesa.wordpress.com)
* Artigo publicado com autorização do site




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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