Tem dias que a gente acorda e a paisagem é cinza. Dias em que tudo está nublado. Fora e dentro da gente. Dias que parecem durar meses e antecipam o que a gente não quer enfrentar.

Tem dias em que o ânimo foge. Tira folga sem avisar a chefia. Arruína a rotina. Faz nevar no verão.

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Tem dias que uma cratera se abre. Engole a gente, ressuscita nossos medos, atenua o bom pra fortalecer o ruim. Parece não ter saída, não ter resgate.

Mas, algo lá dentro, no fundo, aciona a luz de emergência. Ainda há esperança.

Se o dia está cinza, é hora de pintar a paisagem. Colorir com spray. Olhar direito. Olhar com carinho. Restabelecer contato com o sagrado: olhar para o céu, para o infinito que nos brinda todo dia, trazendo luz mesmo por detrás das nuvens.

Se o ânimo fugir, recupere-o. Enxergue o que vale à pena. Lembre das coisas boas. Do mar, das flores, das risadas, das pessoas que fazem a diferença. Lembre do que vale à pena sorrir. E o ânimo volta, com vontade de ficar pra sempre.

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Se a cratera se abrir, trabalhe. Trabalhe arduamente para fechar. Seja seu melhor operário e não perca tempo.

Embora rachaduras possam se abrir dentro da gente nos dias difíceis, que não assistamos ao seu crescimento. Mas que façamos crescer a vontade de estar inteiro. De estar de bem. De estar de boa.




Mônica Kikuti é cronista e colunista do site Fãs da Psicanálise.

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