Decidi mudar. Não por ninguém, mas por perceber que é hora de aparar certas arestas e deixar o que eu sou de verdade fluir.

Aprendi a dizer não às pessoas abusivas, aos folgados aos que são ingratos por natureza e nunca, mas nunca conseguem enxergar um pequeno vão dentro da minha alma como coisa boa ou sentimento que também quer sentir e ser afagada por palavras ou atitudes sinceras.

Porque uma hora a gente cansa de ser bonzinho, de oferecer muitas coisas, sem ao menos sentir o gosto do “Obrigado” que vem do coração.

Eu decidi olhar mais à frente, mesmo sabendo que logo ali atrás, onde dei as costas para muitas coisas, meu futuro permanece nas mãos de Deus e que eu não tenho que me martirizar por nada. Não importa o que eu tenha em mãos. É o que tenho que, com certeza, vai me ajudar a prosperar, como quem planta uma nova semente dentro de uma raiz que já existe e quer crescer.

Eu decidi que serei mais brilho do que palidez, serei mais consciência tranquila do que peso nos ombros, que afastarei de mim qualquer coisa que seja prejudicial ao coração.

Tentarei observar mais com o olhar e tentarei chegar mais dentro do que consigo com a intuição e não cair em armadilhas, para não me sentir usada, mal-amada, ou para servir apenas de brinquedo nas mãos de quem quer que seja.

Chega de ser sempre o tapete, o estepe, a sobra, chega de tudo que demora, enrola, nunca vem com resposta. Fiz uma lista do que preciso e quero segui-la mais à risca, inclusive riscando da vida tudo aquilo que é só um punhado de inconstância vazio e influência negativa.

A maturidade sempre chega no tempo certo, por mais erros cometidos durante minha trajetória, por mais que eu tenha idealizado coisas demais e recebido de menos. Por mais que eu me sinta próxima de algo, posso ainda não conseguir tocar, porque falta ir mais fundo, ou, quem sabe, ter mais sutileza para enxergar o que a vida, na verdade, me mostra, quase que diariamente.

Por isso, se quero um tempo mais inspirador e repaginado de vida, é preciso batalhar por isso, excluindo certos clichês, excluindo as mesmas figurinhas repetidas, excluindo o que não tem frente verso, não tem lado, ou aquilo que nem se vira do avesso por mim. Porque quem realmente deseja, vem. Quem, realmente quer ficar, fica, se acomoda, conversa, cria laço.

Eu não me prometi muitas coisas, mas, com certeza, descartei muitas outras e não me sinto a maior traidora do mundo, porque eu estava justamente traindo os meus ideais e minha capacidade de ser. E quando é para ser, tem que ser de verdade, tem que ser para a vida, para as pessoas que precisam, para os amores que merecem, para as cores que desenham e enfeitam o espírito com cor e luz.

Não vou ficar tão acuada e nem achar que não vou me magoar. Já calejada e experiente, nem tudo será como gostaria, mas creio que colocando um pouco mais de harmonia, gratidão e sabedoria, alcançarei um tempo mais feliz.




Paulista, libriana. Escritora. Autora do Livro Amor Essência e Seus Encontros - Editora Penalux. Com seu jeito simples, enxerga a vida por um ângulo mais íntimo. Debruça-se sobre as palavras, e gosta de ser. Ser alguém que aqui veio para deixar um pouco de si com um muito de sensibilidade e imaginação em meio às coisas que escreve e sente. Deus a colocou onde deveria estar. Em meio às palavras, sensações e seus encantamentos. É colunista do site Fãs da Psicanálise

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