Esses dias li o livro “Amor para Corajosos” do sempre genial Luiz Felipe Pondé. Entre muitos tapas na cara que levei durante a leitura, o que mais me marcou foi a afirmação de que o amor, ainda que existam diversas teorias a respeito, será sempre empírico. Em outras palavras, só se aprende a amar na prática.

Não dá pra querer amar e se esconder atrás do muro de si mesmo. É preciso ter muita coragem para viver o amor.

Narcisos e medrosos que nos tornamos nestes tempos, quem é que deseja amar? A quem interessa envolver-se de corpo e alma com alguém?

Se você tem alguma idade e considera ter vivido muitas coisas, provavelmente tomou alguns pés na bunda bem complicados e se traumatizou. Talvez esteja por aí curtindo sua liberdade, afirmando aos amigos que está solteiro, porém, jamais sozinho. E aí, uma hora (porque essa hora chega) você se pergunta: será que nunca mais vou me envolver?

Bem, venha cá, tome aqui um abraço, sei como é difícil. Mas mesmo que seja duro de acreditar, ponha fé: é possível sim amar de novo. Mas não basta querer. É preciso abrir a porta do coração. A diferença é que, desta vez (tomara), você vai abrir a porta com mais cuidado. Você não irá se abrir para qualquer um que cruzar seu caminho.

E vamos todos precisar de uma boa dose de coragem sim. Tem quem encare fogo cruzado, salto de paraquedas e filmes de terror. E tem quem não consiga sequer se imaginar dentro de um novo relacionamento. O suor desce frio só de imaginar tudo aquilo outra vez, não é mesmo?

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Pois é. A novidade é que um relacionamento jamais será igual ao outro. Você pode até ser uma verdadeira curva de rio, mas amores jamais serão iguais. Disso você pode ter certeza. Uma outra certeza é de que você também não será o mesmo. A vida ensina e a gente aprende – mesmo que seja na marra.

Por isso, no dia que o amor chegar (e ele vai), puxe uma cadeira. Pergunte a ela se não gostaria de se sentar no sofá do canto ou na mesa do centro do restaurante. Percam-se nos olhos um do outro enquanto tentam decidir o que vão pedir ao garçom que, impaciente, vai e volta entre as pessoas. Ofereça seu refrigerante. Mas olhe nos olhos. Peça batata frita. É sério. Sempre peça batatas fritas! E ouça. Preste atenção nas palavras doces que saem da boca de sua companhia. Mesmo se ela estiver falando dos boletos a pagar ou das roupas que ficaram no varal. Sempre ouça. E faça-se ouvir. Mostre que você também largou as camisas do lado de fora, na chuva, que o seu aluguel está para vencer e que faz tempo que você não desce para a praia.

Não tenha medo do seu humor barato. Faça aquela sua piada que você estava louco para contar a alguém. Apenas, por favor, não seja idiota. E digo mais: não seja idiota.

Seja sincero, que tal? Sinceridade não mata. Ela só acrescenta. O amor maduro é aquele que se permite e se respeita.

E, por falar em se permitir e se respeitar, deixe a mão tocar, a nuca arrepiar, o lábio encostar e o peito bater.

O principal é não ter medo de ser você. E não tenha medo de ser.
O amor é sim para os corajosos.
Por isso te pergunto: você está pronto para ele?
A porta está aberta.

(Autor: Denis Araújo / Fonte: Deu Ruim)
*Título original: O amor é mesmo para corajosos




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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