Somos seres envoltos de expectativas: expectativas sobre o que pode mudar, sobre quando vai mudar, sobre o que podemos consertar do passado, sobre o que o futuro nos reserva, sobre o que os outros estão sentindo, sobre como os outros vão agir, sobre se vamos conseguir fazer o que nos propusemos, sobre se os nossos sonhos se realizarão, sobre se seremos surpreendidos com um acontecimento especial, sobre se seremos pegos de surpresa por fatos negativos, e por aí vai…

O problema é que, presos em todas essas expectativas, esquecemos do mais importante: viver o PRESENTE.

Não há a menor possibilidade de atingirmos, agora, a felicidade ou a tristeza que ficou no passado ou que está no futuro. Conseguimos, desta forma, apenas preocupação ou sofrimento. O único momento que temos é o presente, e é somente nesse presente que podemos agir e fazer acontecer.

O que se foi, foi, deve ser deixado lá no passado. Se foi bom, ótimo, se foi ruim, paciência, mas não podemos mais mudar o que já aconteceu. Ficar “matutando” e afligindo-se pelo que não tem mais volta não tem nada de positivo. Uma boa tática é se perdoar e perdoar aos outros sobre tudo o que foi – ou que deveria ter sido -, dando por encerrado o ciclo. É uma grande libertação!

Quanto ao que está por vir, também não adianta, não temos como controlar. São muitas as possibilidades e depende de muitos fatores externos e imprevisíveis. O que podemos fazer é nos concentrar em viver bem o presente que, automaticamente, iremos colher bons frutos lá na frente. Não viveremos de forma plena se não nos convencermos que precisamos nos entregar ao fluxo, render-nos aos desígnios superiores, certos de que, o que for para ser, será.

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Agora o PRESENTE, há, esse é um PRESENTE (sem fugir dos clichês!). O nosso poder está todo nele: o poder de viver, de nos melhorarmos, de curar o passado, de criar um bom futuro e, até mesmo de fracassarmos e sucumbirmos. É só aqui que podemos, efetivamente, interferir. E viver bem o presente pressupõe uma postura que, a princípio, pode ser um tanto difícil, pois não estamos acostumados: baixar as expectativas!

É claro que podemos – e devemos – ter sonhos e esperanças, mas a expectativa em si pode ser muito cruel, ao traduzir espera, angústia, vontade desmedida. E só baixaremos a expectativa, quando treinarmos a nossa mente para se esvaziar do passado e do futuro e concentrar exatamente no que estamos vivendo, fazendo e sentindo AGORA. E conquistar isso é uma libertação, pois gera bem menos esforço e gasta bem menos energia vivenciar apenas o presente, sem lamentações pelo que se foi e sem especulações sobre o que será.

Ao ficarmos mergulhados em angústias e ansiedades por tudo o que não envolve o presente, tornamo-nos pessoas pesadas, em todos os sentidos que essa expressão pode ter: fechadas, confusas, sem ânimo, sem energia… E, convenhamos, tudo o que precisamos é exatamente o oposto disso: leveza, alegria, luz, tranquilidade. Não levar a vida tão a sério, enfim.

Mãos à obra?!




Servidora pública de profissão, escritora de coração. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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