Com que frequência você sente que seu corpo é uma entidade separada, uma entidade com a qual você não tem realmente um relacionamento? É como se vocês fossem completos estranhos habitando o mesmo espaço.

Penso na descrição de Nicole Krauss de um relacionamento rompido em seu romance Great House: “Éramos duas pessoas presas em nossos ternos antigravitacionais que estavam orbitando em torno das mesmas peças da mobília antiga de sua mãe. E então ele se afastou, através de alguma lacuna no nosso apartamento, para uma parte inacessível do cosmos.”

Quanto tempo você leva para perceber que há uma dor, uma tensão dentro do seu corpo? Muitos de nós não percebem a dor ou a tensão até que elas sejam intensas e estejam praticamente gritando por atenção.

Quantas vezes você se sente desconectado de suas emoções? Talvez você não saiba o que está sentindo. Talvez você não perceba que está frustrado até que a raiva seja tão violenta que você exploda. Talvez você não perceba a dor até que pareça estar perfurando seu coração.

Isto é compreensível. Afinal, há tantas coisas que exigem nossa atenção diariamente. E frequentemente nos esquecemos da maior delas: nós mesmos. Ou talvez não nos esqueçamos exatamente. Talvez pensemos que nós apenas não somos tão importantes.

Recentemente, lembrei-me de uma excelente estratégia para nos reconectar a nossos corpos e a nós mesmos. É um exame corporal, do qual a treinadora certificada Kate Swoboda fala em seu livro reflexivo e compassivo The Courage Habit: How to accept your fears, release the past and live your courageous life.

Swoboda sugere que você coloque um cronômetro para 5 minutos e comece perguntando aos seus pés: “Ei, o que aconteceu hoje? Sem pressão. Estou apenas curioso.” Se essas palavras não ressoarem em você, os clientes dela têm usado também essas outras perguntas: “O que você gostaria que eu soubesse? O que parece real?”

Em seguida, vá para os joelhos e pergunte novamente. Depois faça o mesmo com as coxas, pélvis, barriga, peito, ombros, pescoço e testa.

Eu amo a leveza e flexibilidade desta abordagem, o que a torna especialmente acessível. A chave é ser curioso. Simplesmente sente e observe o que aparecer (sem tentar mudar isso).

Swoboda também apresenta outras sugestões valiosas para sintonizar-se, como:

– Perguntar a diferentes partes do seu corpo a pergunta: “Do que você precisa?”
– Dançar sua música favorita (que pode ser diferente de um dia para outro)
– Alongar seu corpo
– Praticar yoga (e encontrar o estilo que você mais gosta, porque há muuuuitos)
– Correr (porque correr é difícil, o cérebro para de tagarelar e você consegue se concentrar totalmente em seu corpo e respiração)
Caminhar, focando em sua respiração e observando o que está acontecendo dentro do seu corpo.

É totalmente normal nos sentirmos desconectados de nossos corpos, de nós mesmos. É natural que as coisas cresçam e diminuam, vão e voltem, subam e desçam. É por isso que é importante ter ferramentas a que você possa recorrer, que ressoem com você.

Mesmo apenas 5 minutos falando com o seu corpo, tendo uma conversa (motivada por pura curiosidade), não só ajuda você a se reconectar, mas ajuda a começar a reconstruir seu relacionamento. Uma relação fundada na gentileza e respeito.

(Link original: psychcentral)
*Traduzido e adaptado por Marcela Jahjah, da equipe Fãs da Psicanálise

*Texto traduzido e adaptado com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui