Uma das coisas mais interessantes de estudar o comportamento humano é que, por meio da Psicologia, acabamos entendendo melhor os mecanismos mentais extremamente complexos que formam a parte consciente da mente e a inconsciente também.

É a Psicologia que nos ensina que as pessoas não são uma coisa ou outra – na verdade, elas são um conjunto de fatores.

Cada um desses fatores é moldado com base nas experiências que vivemos desde o nascimento, e é por isso que cada pessoa tem uma personalidade exclusiva, singular. E é por isso também que parece ser tão difícil desenvolver relacionamentos interpessoais – entender o diferente exige esforço.

Para lidar com essa dificuldade, às vezes nossa mente nos faz agir de modo que passamos a reproduzir comportamentos que supostamente disfarçam nossas fraquezas.

É curioso repararmos nessa necessidade de disfarçar aquilo que não nos dá orgulho, como se todas as pessoas do mundo fossem perfeitas – spoiler: não são. Essa necessidade de excelência constante pode nos fazer agir com insegurança, e o Psychology Today reuniu alguns aspectos que nos revelam o que há por trás de uma pessoa insegura – conhecê-los pode ser um exercício bem interessante.

Digamos que você acabou de conhecer uma pessoa que foi apresentada a você como bem-sucedida, rica e simpática. Até o momento, seu dia estava indo muito bem, mas, de repente, você se sente mal diante daquela pessoa, afinal, se não tivesse encontrado com ela, passaria seu dia feliz, sem questionar as próprias habilidades.

Para resolver esse tipo de situação é fundamental entender algumas questões, e uma das mais importantes é que por trás de uma fachada perfeita geralmente existe algumas inseguranças. Um dos pesquisadores pioneiros no que diz respeito à psicologia da insegurança foi o psicanalista Alfred Adler, que cunhou o termo “complexo de inferioridade”.

De acordo com Adler, pessoas que se sentem inferiores são as que mais se esforçam para demonstrar superioridade e segurança. Além do mais, quem passa por esse processo tem a necessidade de diminuir o valor das outras pessoas em um comportamento chamado por Adler de neurótico.

Esse tipo de comportamento também é bastante típico em pessoas consideradas narcisistas, que precisam de estímulos constantes relacionados à autoestima. Entre os narcisistas temos aquele que se sente realmente grandioso e o que age como se fosse alguém grandioso, mas no fundo se sente fraco e sem importância.

Um estudo realizado em 2015 pelo psicólogo James Brookes avaliou a maneira como pessoas narcisistas se sentem em relação às suas próprias vidas em termos de autoestimas e confiança.

Para isso, ele avaliou os padrões de comportamento de um grupo de estudantes universitários e descobriu que aqueles evidentemente narcisistas têm níveis maiores de autoestima. Já os narcisistas disfarçados, ou seja, aqueles que não demonstram tanta necessidade de atenção, tiveram pontuações mais baixas no que diz respeito ao que pensam de si mesmos.

Brookes observou também que o narcisista típico tem a necessidade de demonstrar superioridade e poder, pois é dessa forma que se sente capaz de alcançar o que quiser. O psicólogo até mesmo elaborou uma lista com algumas características comuns em pessoas inseguras:

1 – São aquelas que fazem com que os outros se sintam inseguros também
Se você percebe que começa a questionar o próprio potencial quando está perto de alguém em específico, comece a reparar no comportamento dessa pessoa. Ela é do tipo que vive falando das próprias conquistas? Se você não se sente inseguro ao redor de outras pessoas, é como se esse indivíduo estivesse projetando a própria insegurança em você. Repare.

2 – A pessoa insegura precisa exibir as próprias conquistas
Sabe aquele cara que vive dizendo aos quatro ventos que é o melhor funcionário, que tem os filhos mais perfeitos e que é o conquistador da turma? Então… Na verdade, ele deve ser bastante inseguro e age dessa forma porque, inconscientemente, precisa mostrar para si mesmo que tem valor.

3 – Agem muitas vezes de forma exibida, mas com “modéstia”
É só você dar uma passada de olho pela timeline do Facebook para ver aquela criatura que fala de si mesmo e disfarça isso com reclamações, como as clássicas queixas das longas horas de voo que aquela viagem para a Europa a trabalho exigiu. No fundo, esse indivíduo só quer mesmo mostrar que está no Velho Continente, mas é inseguro demais para isso, então prefere uma exibição diferenciada.

4 – Pessoas inseguras reclamam muito de tudo
Quem se sente inferior de alguma maneira tende a reclamar demais de tudo e passa a ideia de que nada nunca é bom o suficiente. Quem vê de fora costuma pensar nessas pessoas como esnobes. No entanto, a coisa não é tão simplista assim: reclamar demais mostra que essas pessoas têm critérios severos de autoavaliação – deve realmente ser cansativo precisar ser melhor que todo mundo o tempo todo.

Detectar esses padrões de comportamento é uma maneira eficiente de deixar de questionar seu próprio valor na presença de pessoas inseguras – o que vai ser um alívio para você.

Quem se identifica com esses traços comportamentais de insegurança pode também começar a avaliar a própria vida de maneira diferente – é sempre possível mudar, especialmente se você quiser realmente isso.

(Imagem: Christopher Campbell)




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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