Toda ferida cicatriza. Toda dor, passa. Pare de tocar o chão. Levante-se!
Uma vez ouvi de uma amiga que, quando chegamos ao chão, quando o tocamos, sentimos sua aspereza fria, a única opção é levantar-se. É subir.

Somos derrubados com muita frequência, bem o sei. Já me derrubaram algumas vezes e, em outras, eu mesma me derrubei. Estava tão infeliz com a vida que levava, tão distante de meus propósitos e, mal sabia quais eles eram que, eu me derrubei. Me vi no chão frio, abraçada a ele, como se nada mais eu pudesse fazer. Como se não houvesse esperanças pra mim.

Fazemos escolhas no decorrer da vida. Você faz as suas e eu continuo a fazer as minhas. Mas escolhi mal lá atrás. Me perdi na desculpa esfarrapada de quem queria se encontrar.

Entreguei minha vida ao vazio e abracei o chão. Bem, isso foi bem mais que só tocá-lo. Eu o abracei e por lá fiquei um tempo. A gente nunca sabe quanto tempo, só sabe que o chão é tudo aquilo que lhe toca.

Hoje, mesmo que eu tenha oscilações de humor, de pensamentos… (poxa, afinal somos humanos, né?) eu não permaneço no fundo, mesmo que eu caia algumas vezes. Eu não fico lá. Eu levanto. Normalmente, no dia seguinte. Porque aprendi e todo tempo que fiquei deitada abraçando o nada, eu estava perdendo um precioso tempo onde eu poderia estar vivendo, aprendendo, experimentando…

Quando se chega bem lá em baixo, tudo o que nos resta é subir, é levantar, é acreditar!

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Ouço todos os dias pessoas pedindo ajuda, tipo… “me tire daqui” “me salve do meu sofrimento” “me puxe”! E eu não sei o que fazer por elas! Já percebi que, na maioria dos casos, estou jogando palavras ao vento, uma vez que minhas mãos são insuficientes para carregar e tirar alguém do chão em que ele se deitou. Eu não posso fazer isso. Não, se o outro não quiser se levantar por ele mesmo.

Artigos como esses, dão uma força, sim. Ajudam. Mas não completamente. Eu posso escrever aqui diversos parágrafos ensinando alguma receita que tenha servido pra mim de como me levantei e você pode até achar bacana, mas… será que servirá pra você?

Cada um de nós possui sua própria luta e por mais que eu diga e compreenda sua dor, mesmo tenho passado por algo semelhante, eu jamais saberei ao certo a dimensão de sua dor. Eu posso me aproximar, conversar com você aí, deitado e dizer: “Poxa, amigo! Esse chão tá frio, levanta daí!” e você pode, simplesmente, virar pra mim e dizer: “Olha, Cris, obrigado mas… eu me acostumei com esse chão, ele está até quente! Não quero sair daqui agora.”

E o que eu poderei fazer enfim? Nada.

Enquanto você mesmo não quiser sair dos seus problemas, mesmo sabendo que o único caminho que tem é levantar, nada poderei fazer por você. Nada qualquer pessoa poderá fazer por você! Haja palavras bonitas!!!

Uma hora, você mesmo entenderá que viver no fundo não é mais como imaginou que fosse. Uma hora você mesmo se levantará decidido a mudar sua vida, a recomeçar, a caminhar com as próprias pernas, independente do tamanho de sua dor.

Lembre-se: toda ferida cicatriza. Toda dor, passa. Pare de tocar o chão. Levante-se!




Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor do amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.

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