Esses dias me peguei pensando na beleza, o que é a beleza? O que é belo, o que é um ser belo? A beleza é subjetiva ou objetiva?

Essas questões me fizerem refletir e ter pensamentos nunca antes questionáveis, o que é a beleza para mim? Como o conceito que aprendi sobre ela (beleza) influência os meus pensamentos e as minhas atitudes?

Entendo que a busca incessante pela compreensão e delimitação do conceito de beleza é antiga, o surgimento de uma filosofia do belo se deu na Grécia. Platão já dizia que a beleza absoluta é o brilho ou esplendor da verdade, essa frase me fez pensar no padrão de beleza que aprendemos, onde na maioria das vezes, nada tem a ver com as virtudes de um ser humano ou com as belezas naturais e reais do universo.

Refleti e cheguei à conclusão de que ao longo da vida somos condicionadas a olhar a beleza de uma forma “aprendida”, somos condicionadas a apreciar apenas a beleza que nos foi ensinada como a verdadeira beleza: Um corpo perfeito, um rosto perfeito, uma casa perfeita, um dia perfeito, uma roupa da moda, uma mesa bem-feita, etc.

Refleti mais um pouco e pensei, mas o que é um corpo perfeito? E o que é um rosto perfeito? E uma roupa perfeita o que seria? E um dia perfeito? Comparado ao que? Onde e como cheguei a essa conclusão?

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Você já parou para pensar nas suas definições de beleza?

Como mulher, muitas vezes, me peguei olhando para meu corpo e não gostando do que via, minha idade, meus “desajustes”, meus sinais, minhas gordurinhas, estrias, celulite, rosto redondo, enfim, como tudo que pretendo analisar, comecei por mim.

Porém, em minha reflexão não consegui lembrar quem me disse que eu estava “desajustada”. Esse momento consciente me fez pensar o que poderia estar errado com meus sinais, meu corpo, meu rosto.

Eu realmente não sei quem me ensinou isso, mas eu aprendi direitinho e segui esse padrão de pensamento a respeito da beleza por muito tempo e em um momento de consciência e amor próprio me senti uma “besta quadrada”.

Você já se sentiu assim?

A beleza é muito mais do que isso. Seria muito triste que fossemos apenas a matéria, esses conceitos ensinados, servem somente para tentar nos amoldar a velhos paradigmas, que na minha opinião, estão totalmente obsoletos e mais do que isso, podem destruir nossos vínculos instintivos com nosso corpo natural e consequentemente subtrai nossa confiança. Faz com que passemos a nos questionar se somos boa o suficiente e comecemos a basear nossa autoestima em nossa aparência ao invés de nossa essência.

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Faz todo sentido manter-se saudável, forte e bem, cuidar do corpo e do rosto da melhor forma possível é essencial. Não é disso que falo. O que questionei em mim mesma e que proponho a você também questionar, é o padrão imposto da beleza, o padrão que faz tantas mulheres quererem ser aceitas e enquadradas.

Esse padrão toma energia e tempo que podíamos destinar as coisas que nos fazem mais felizes. A beleza que aprendemos a apreciar tornou-se um pré-requisito para alcançar a felicidade e está condicionada ao padrão de beleza ditado pela moda e pelo mercado de consumo e disseminados pela mídia. Não podemos “comprar” a ilusão popular de que felicidade só é concedida àquelas de uma “certa configuração” ou idade.

Essa reflexão me trouxe muitos insights e me fez mudar a minha visão e a forma como me vejo e vejo o meu mundo.

Hoje eu acredito no poder da beleza em essência, aprecio a minha verdadeira beleza e a beleza do meu mundo, eu aprecio os meus sinais, as marcas das minhas gestações.

Como podemos ter vergonha das marcas das nossas gestações? Tente refletir sobre isso, não parece absurdo? Somos capazes de gerar vidas, temos um bem precioso que saiu de dentro de nós, isso é algo a ser glorificado é algo a ser respeitado, temos que ter orgulho de nós mesmas e não vergonha.

Hoje eu aprecio a minha origem e a forma do meu rosto e do meu corpo, que são originais e únicos e me conectam com minha árvore genealógica, com os genes da minha família, dos meus antepassados.

Não quero mais me privar de ter orgulho do tipo de corpo que me foi transmitido por linhagens de antepassados. Hoje eu aprecio o meu ser, aprecio a minha alegria ao levantar pela manhã e o meu cuidado com os meus, aprecio a beleza do meu carinho e competência com meu trabalho e minha partilha com o mundo.

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Hoje eu aprecio um lindo dia ensolarado e também um lindo dia nublado, uma chuva gostosa, um dia cheio de trabalho, uma tarde monótona, uma viagem e minha casinha aconchegante. Uma viagem de avião e uma longa viagem de carro apreciando a paisagem, um cachorrinho, o cantar dos passarinhos, uma lagarta ou uma borboleta, um gatinho miando e um bebe chorando.

A vida é dúbia e eu aprendi a apreciar a beleza natural das coisas, não quero mais olhar com os olhos dos outros ou ser condicionada a enxergar a beleza apenas no óbvio. Eu escolho ser bela, me sentir bela e encontrar a beleza no mais simples amanhecer frio e cinzento, essa é a verdadeira beleza, a mais genuína e pura.

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Ampliemos a nossa visão e sejamos livres para apreciar a beleza que não é ensinada, paremos para refletir o que realmente importa e paremos para refletir se esse conceito, que pode diminuir nossa autoestima, não é apenas um padrão de beleza que nos foi ensinado e que não questionamos, apenas acreditamos…

Você é única e pôr ser única é bela…

E você, como enxerga a beleza da sua vida? Como enxerga a sua beleza, o que é belo para você?

Comenta aqui embaixo, vou adorar saber a sua opinião sobre a beleza e como você olha para o seu mundo.




Coach formada pelo Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). Idealizadora do Projeto Viver e Melhor. Autora do livro digital O Poder do Otimismo Diário. Life Coach com foco no Positive Coaching e no desenvolvimento pessoal, profissional e emocional da mulher. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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