Quando alguém diz “se cuida” é porque sabe que em algum momento você pode se distrair e cuidar mais dos outros do que de si mesmo. Cuidar do outro não é pecado nem crime, desde que você esteja em dia com o seu amor próprio.

Amar a si mesmo é um exercício diário que nos coloca em consonância com o ser que nos habita. Mas, antes de se amar, você deve se conhecer, e se amar pelo que descobrir. Não importa o quê.

AMOR PRÓPRIO… é o sentimento que deve nortear a nossa vida! Porém, esta é uma palavra facilmente confundida com egoísmo, egocentrismo, vaidade e na verdade o amor próprio vai na contramão de todos esses sentimentos mesquinhos. O que podemos considerar amor próprio, então?

A descoberta do amor próprio se dá pelas vias mais improváveis. Às vezes, você o descobre por meio de uma fratura exposta na alma. A fragilidade desperta o amor que deveríamos nos doar todos os dias. Usamos o estoque de amor para estancar o sangramento e descobrimos que não é preciso buscar amor fora de nós para aplacar o que dói.

Quando nos deparamos com os machucados mais doloridos, descobrimos em nós mesmos, o remédio e a cura, e iniciamos o flerte com o amor, o próprio. O autoconhecimento não oferece todas as certezas, mas sabemos que temos a ferramenta primordial, o amor pelo que somos, e assim, não tememos a queda livre, pois seremos capazes de levantar com classe a cada descida.

Quando você começa a olhar para dentro de você e compreender melhor quem você é, fatalmente você começa a ter uma compreensão maior dos outros também. E então você começa a nivelar mais suas companhias, começa a selecionar as pessoas e ambientes que tenham a autoestima mais parecida com a sua. E como fazer isso? Como colocamos a nossa autoestima de uma maneira equilibrada, estável?

Não é fácil, e não o é principal porque muitas vezes temos uma ideia limitada do que realmente é a autoestima, porque não, não é suficiente “amar a si mesmo”. É igualmente importante melhorar e trabalhar dimensões tão básicas como a percepção que temos sobre a nossa própria pessoa, assim como as interações que estabelecemos com quem nos rodeia.

Portanto, propomos que você reflita e coloque em prática essas nove estratégias:

1. Negocie primeiro com você e depois com os outros
Quando estiver em dúvida e precisa fazer uma escolha, reflita sobre os aspectos positivos e negativos daquilo que necessita optar, somente então tome a sua decisão. Comunique aquilo que decidiu e caso alguém não concorde, explique os seus pontos de vista e ouça os argumentos que lhe forem dados. Depois, analise os pontos e tome a sua decisão primeiro de acordo com aquilo que você acha importante, sem desmerecer as outras pessoas.

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2. Compreenda as razões do seu sofrimento e aja, construtivamente, para vencê-lo, reconhecendo-se imperfeito e arrependendo-se sinceramente daquilo que não fez de tão útil;
Reparar e curar os fragmentos de uma autoestima ferida exige tempo. Essa é uma tarefa que requer dois componentes básicos: compaixão e perseverança. Pouco a pouco vamos descobrir que somos humanos, imperfeitos, cometemos erros e a vida continua, tudo passa e passará. Essa dimensão ideal sobre todas as circunstâncias pode ser alcançada, onde através da confiança que podemos sempre sermos melhores através de atitudes imperfeitas, vamos nos amar um pouco mais sem ter medos ou culpas.

3. Não espere nada de ninguém para estar feliz (nem segurança, nem reconhecimento): não espere dos filhos, da esposa, do chefe, do amigo, da empresa, etc..
Se iniciamos um projeto, esperamos que nossa família, nosso companheiro e nossos amigos sejam os primeiros a apoiar cada ideia, cada objetivo. Quando eles não fazem isso, ficamos decepcionados e temos vontade de abandonar a ideia. Vemos essa atitude dos outros como uma afronta, um ataque pessoal. Para sermos pessoas autônomas emocionalmente, devemos nos perceber como indivíduos que se autopercebem como valiosos para si mesmos e extraordinariamente dignos de ter uma meta, propósito ou objetivo. Desta forma, e apenas desta forma, seremos capazes de encontrar a parte positiva das críticas que existem nesse mundo e compreender a que a opinião dos outros é apenas a opinião dos outros.

4. Desenvolva a simplicidade, valorize e agradeça tudo que você tem, buscando apenas a posse daquilo que é necessário.

5. Ao se perceber ansioso ou angustiado, analise o seu grau de expectativa e de intolerância em relação ao que está lhe preocupando, reduzindo-a, esforçando-se para estabilizar sua auto-estima: através da calma, da confiança e da compreensão dos porquês.

6. Busque a felicidade no ato de multiplicar, dividindo, doando principalmente o seu tempo para o outro: ouça, cuide, zele, ajude, etc.

7. Ao se perceber prepotente, arrogante, tirano com os outros, mantenha tolerância zero com você mesmo e elimine a dependência emocional que você deve estar desenvolvendo em seus relacionamentos.

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Existem aqueles que não saem de casa sem antes ter cumprido um ritual simples, o de se colocar diante do espelho e repetir frases como “eu me amo, sou capaz, sou bonito, ninguém pode me machucar ou sou alguém que vale a pena”. Esse ato vale muito a pena, mas não é tudo. Você precisa acreditar no que diz, você, apenas você deve acreditar nisso, sem esperar que os outros lhe digam o quando é especial, incrível ou válido tê-lo ao lado.

8. Não se sinta melhor do que ninguém, pois todos temos, em comum, as imperfeições;
Elogiar a si mesmo é necessário e muito útil para aumentar a sua autoestima. Porém, é extremamente importante ter em consciência um detalhe: não transforme isso em exagerado ou faça desse hábito algo desmedido, mas apenas quando fizermos algo bem, algo do qual possa se orgulhar, por exemplo:

  • “Hoje eu consegui dizer àquela pessoa que não vou poder emprestar a roupa que ela quer” – Me sinto orgulhoso/a de mim mesmo porque já estou conseguindo omitir a minha opinião, aprendi a dizer não.
  • “Hoje me sinto bem comigo mesmo porque consegui levar o meu projeto profissional adiante, mesmo ninguém acreditando que eu conseguiria” – Me sinto orgulhoso/a de mim mesmo porque consegui dar mais valor ao meu autoamor do que para a opinião dos outros.

9. Evite responsabilizar os outros pelos seus problemas;
Quando somos pequenos, nos tratam como se fossemos o centro do universo, ninguém nos ensinou a termos auto paixão, auto amor. A nossa maior preocupação, quando criança, era ter a aprovação da família, da professora. Desta maneira buscamos constantemente sermos amados. Muitas vezes atingimos a idade adulta perdidos e frustrados sem saber para onde olhar, para dentro ou para fora…

Então, se desejamos melhorar e aumentar a nossa autoestima, temos que nos aceitar de corpo e alma, somos o que há de mais belo nessa vida. Não há motivos para se envergonhar por pensar assim. Merecemos amar, sermos amados e nos sentirmos incrivelmente fortes e bonitos.

*Esse texto é parte integrante da temporada de inverno 2017 de aulas com Natthalia Paccola no treinamento: “Como transformar obstáculos e oportunidades”.




Desde que começou os estudos em Psicanálise e Psicoterapia, a jornalista, bacharel em Direito, mestre em Ciências Naturais pela Unicamp e doutoranda em Psicologia pela UCES Natthalia Paccola levanta uma premissa sobre a sua vida profissional: nunca aceitaria rótulos ou doutrinas acadêmicas. Mas é claro que sofre influências de vários pensadores. Sua grande fonte de inspiração como autoridade em levar Luz para o Bem através de mídias sociais, no entanto,  tem sido os seus próprios seguidores, cerca de 10 milhões que passam semanalmente pela sua Fanpage, Grupos, YouTube, Site, Instragram ou Twitter.

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