Não sou bela, mas sou linda do meu jeito. Sou linda, porque decidi viver para dar uma vida melhor ao meu filho. Sou linda, porque todos os dias levanto às cinco e meia da manhã, tomo um banho, preparo o café e vou trabalhar, só retorno depois de cinco e meia da tarde, sem direito a salão de beleza, ver vitrines ou caminhar por aí… Para ser uma mulher especial, exímia e com classe, não é preciso ser bela, nem recatada e muito menos do lar, é preciso ser feliz, transbordar simplicidade e amar sem medir. Aparências e regras, não servem para definir ninguém, o que define uma pessoa é a essência, o que ela vive, acredita e a faz feliz.

Não sou bela, nem recatada e muito menos do lar. Sou às avessas… Uma vez, me casei com um rapaz lindo, trabalhador e tive um filho. Depois nos separamos. Tive uma depressão que me fez perder dez quilos e roubou um tempo da minha vida. Mesmo sendo mais uma na multidão, levantei, soprei as poeiras e recomecei… Me tornei mulher maravilha, independente e pop star…

Não sou bela, mas sou linda do meu jeito. Sou linda, porque decidi viver para dar uma vida melhor ao meu filho. Sou linda, porque todos os dias levanto às cinco e meia da manhã, tomo um banho, preparo o café e vou trabalhar, só retorno depois de cinco e meia da tarde, sem direito a salão de beleza, ver vitrines ou caminhar por aí. Mesmo com olheiras e preocupações diárias, sou bela, porque vejo sentido em existir quando faço o melhor para o meu filho e para a minha vida.

Estou longe de ser recatada e não tenho modos de madame, porque no corre-corre, apenas um batom, um rímel e um desodorante são suficientes para maquiar as longas horas trabalhadas. Sou recatada com o que aprendi com minha mãe: não sentar de pernas abertas, comer de boca fechada, falar baixo e pausado, etc. Roupas curtas e decotes, dependem de gostos e não mostram caráter.

Sou recatada do meu jeito… Não sei fazer caras, bocas, roupas e penteados, mas se é para ser franca, mostro com educação o que penso, o que sinto, porque a vida é curta demais para engolir problemas e viver irrealidades.

Estou longe de ser do lar, eu sou da vida! Isto mesmo! Pertenço a liberdade de ser e estar. Detesto cozinhar, passar, lavar e limpar, mas eu faço, porque ainda não ganhei o suficiente para ter alguém que pudesse deixar tudo pronto para mim. Ser do lar? Pertenço a um lar, isto sim é o mais importante. Pertenço a um lar, quando chego em casa, depois de um longo dia, e me sinto amada, protegida e feliz.

Leia Mais: Ser uma mulher livre é também exercer o direito de ser ou não ser Amélia!

Para ser uma mulher especial, exímia e com classe, não é preciso ser bela, nem recatada e muito menos do lar, é preciso ser feliz, transbordar simplicidade e amar sem medir. Aparências e regras, não servem para definir ninguém, o que define uma pessoa é a essência, o que ela vive, acredita e a faz feliz.

Já circulou na internet várias chacotas com relação a frase: bela, recatada e do lar. É tão ruim quando as pessoas nos interpretam ao pé da letra, quando somos criticados sem conhecerem a nossa essência, isto são sinais que não querem nos conhecer de fato. Muitas vezes, não somos entendidos através das palavras, ou devido ao nome que carregamos, ou devido a vida que levamos… Somos confundidos!

Sinceramente? Quer saber? Me acho maravilhosa, me acho a mulher maravilha, quando olho para mim e vejo que driblo o tempo, que mesmo não me restando horas, chego em casa e faço serviço extra, porque o lar precisa dos meus cuidados de mulher e de mãe. Me acho extremamente recatada, quando não permito que os meus desejos me denunciem. E sou do lar, sim! Sou do lar quando o meu filho da sala de tv pede: mãe faz um lanche, estou com fome!




Simone Guerra é mãe, escritora, professora e encantada pela vida. Brasileira morando na Holanda. Ela não é assim e nem assada, mas sim no ponto. Transforma em palavras tudo o que o coração sente e a alma vive intensamente. Apaixonada por artes, culturas, línguas e linguagem. Não dispensa bolo com café e um dedinho de prosa.

1 COMENTÁRIO

  1. Extinção do companheirismo isso sim. O homem não existe mais. Estamos vivendo uma nova era. Talvez o desejo de ter filhos seja tanto que parece um pedido velado de ir na feira e já ter um prontinho para ser criado.

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