Pouco antes de minha depressão me quebrar ao meio, fui a uma aula de spinning na academia. De todo exercício que fiz a vida toda – e já fiz muito – o spinning é o treino aeróbico mais intenso.

Uma hora pedalando sua bicicleta ergométrica – na minha frequência cardíaca máxima – e meu corpo está acabado. No entanto, meu cérebro está nas nuvens – inundado de endorfinas. Mas naquele dia, as endorfinas não vieram. Eu pedalei, pedalei e pedalei até pingar suor por todos os poros – mas não havia endorfinas. E então eu desmoronei.

Mas, conforme eu perdia peso, eu me arrastava para a academia. Eu não falava com ninguém. Como um alcoólatra recuperado – incapaz de tomar uma bebida ou passar em um bar – eu sabia que precisava dar ao meu cérebro toda a ajuda que podia. Tomei meus antidepressivos com o entendimento de que levaria semanas até que eles pudessem funcionar – se é que o fariam.

O único alívio instantâneo seriam as endorfinas, se eu pudesse encontrar uma maneira de reacendê-las.

Eu não posso dizer que houve um momento mágico quando as endorfinas entraram em ação. Pode ter sido os antidepressivos que me tiraram do buraco negro. Ou talvez uma combinação dos medicamentos e endorfinas. Quem sabe. Mas eu melhorei.

Eu tomo meus antidepressivos e treino 4-5 vezes por semana. Nos anos desde a minha última grande depressão, percebi que o exercício me dá muito mais do que um fluxo de endorfinas. Eu recebo um poderoso impulso psicológico de treinar. Vim a acreditar que os benefícios psicológicos do exercício são tão importantes quanto os fisiológicos dos meus antidepressivos.

Aqui estão eles:

1- Autoestima: Tenho orgulho de mim mesma depois de treinar. Eu não tenho autoestima quando estou dentro do meu buraco negro. Lá embaixo, eu sou um pedaço inútil de nada. Meu cérebro me diz isso. O exercício interrompe essa conversa perversa. Eu não sou inútil.

2- Realização: Se eu não conseguir fazer mais nada hoje, pelo menos eu me exercitei. Com cada treino você realiza alguma coisa. Quando estou deprimida, me culpo por não conseguir realizar nada – ou seja, eu sou uma inútil.

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3- Confiança: Com a realização vem a confiança. A depressão retira sua confiança. Autodúvida constrói e destrói qualquer pensamento de que você pode se ajudar. A esperança está perdida.

4- Parecer melhor: você não pode evitar ganhar músculos ao se exercitar. O músculo faz você mais forte – tanto fisicamente quanto emocionalmente. Se você quer perder peso, você fará isso também. O suor limpará seus poros. Quando estou deprimida, digo a mim mesma que estou horrível. Eu posso parecer horrível quando saio do ginásio, mas duas horas depois me sinto linda.

Algumas doenças podem ser curadas apenas com medicação. Não é o caso da minha depressão. Eu preciso – e uso – todas as ferramentas que posso encontrar.

(Link original: psychcentral)
*Traduzido e adaptado por Marcela Jahjah, da equipe Fãs da Psicanálise

*Texto traduzido e adaptado com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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