A meu ver, para compartilhar nossa felicidade, não é preciso expor nossa intimidade.

Intimidade é aquele altar sagrado que a gente constrói dentro da alma.

Esse altar é decorado de vivências únicas, de experiências coloridas, outras mais acinzentadas com cores, cheiros, texturas, sabores totalmente peculiares e particulares.

Essas experiências compõem o nosso templo interno, nosso mundo sagrado.

Quando são compartilhadas com uma massa de pessoas com consciências heterogêneas, que ainda não transcenderam o ego, podem virar novela da Globo, Big Brother, podem virar o Mercadão Municipal de São Paulo, a Rua 25 de março, a casa lotada da sua avó no final de semana, o Terminal Rodoviário Tietê, show de calouros, a Marginal na véspera do feriado prolongado, que pode ser bom se é o que você gosta, mas não são mais experiências íntimas e sagradas.

Os olhares de outras pessoas sobre o sagrado, ao que me parece, interferem na configuração do nosso altar interno: ele vai se deformando, ficando poluído, sujo, mal cheiroso, até se definhar completamente.

Para o olhar das outras pessoas não deformar nosso altar é preciso que ele seja de plástico, é preciso que seja artificial.

Como diz o Osho: “Dois amantes profundamente afinados um com o outro se dissolvem. Apenas um existe. Eles respiram juntos, estão juntos, existe um companheirismo. Isso não seria possível se houvesse a presença de observadores.”

“Mas Gisela, é preciso ser muito fraca para ser vulnerável ao olhar dos outros!!! Eu não me influencio com a energia das pessoas.”
Sim, mas nosso templo interno é delicado, por isso deve ser preservado. Não devemos fazer isso pelo MEDO dos outros, mas por AMOR a nós mesmos.

Enquanto não nos iluminarmos, sinto dizer, mas somos vulneráveis a energias externas sim. Uns um pouco mais, outros um pouco menos, mas é impossível não ter pelo menos 0,5% de vulnerabilidade a energias externas enquanto tivermos identificação com o ego.

E, depois que nos iluminarmos, ou seja, que não tivermos mais identificação com o ego, não precisaremos expor mais nada pois já seremos o TODO. E o TODO não precisa se autoafirmar socialmente, não precisa publicar fotos de café da manhã com o ser amado nas redes sociais, por exemplo. Porque o foco dele é viver a situação com inteireza e não exibi-la para terceiros.

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Enquanto houver exibição, inevitavelmente, é porque a opinião do outro importa. O Todo, ou seja, o ser iluminado, não precisa mostrar que é, porque ele já é.

Como diz, sabiamente, o Arly Cravo: “O segredo do amor é o segredo.”

Sugestão amorosa de hoje: preserve a sacralidade daquilo que é só seu e de um parceiro e compartilhe com o mundo sua alegria de ser quem é. Para compartilhar sua felicidade, não é necessário mostrar sua intimidade.

A intimidade é sagrada. É artigo de luxo, não é liquidação de loja de departamento, daquelas que muitas pessoas colocam a mão nas mesmas roupas, experimentam e depois devolvem.

Não acredite em mim. Teste na sua vida e observe os resultados.

Com amor, leveza e alegria.

(Autora: Gisela Vallin)

*Texto publicado com autorização da autora.

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