O amor da vida de uma pessoa é como um sorvete de flocos bem gelado numa tarde quente de verão… Refrescante, necessário e extremamente saboroso.

Tudo é diferente! Há uma sintonia invisível entre os dois que faz com que todos os assuntos, sejam eles rápidos ou de extrema importância, gerem palavras suficientes para se escrever outra Bíblia, e isso é o que faz com que cada segundo seja único, e desperte o desejo por permanecer nas conversas e também na vida do outro.

Sem perceber você envolve a pessoa em seu próprio mundo, e lhe abre as portas, contando segredos, dividindo medos, somando conhecimentos. Não há lugar mais agradável ou feliz que ao lado daquele ser que de tão especial mais parece um anjo, e nada supera a ansiedade trazida pelo roteiro de vida criado na mente durante as madrugadas de insônia.

É possível enfrentar dias sem comer nada para que aquela pessoa possa continuar repousando a cabeça em seu peito, e todos os 1.440 minutos diários são apenas um amontado de números que apesar de parecer grande, é pouco, pois mesmo após acordar juntos, almoçar juntos, dividir o lanche da tarde, passear na praça central, ir ao cinema, tomar sorvete, cantar Evidências no retorno para casa e enviar boa noite 3 vezes, você ainda consegue sentir que poderia ter aproveitado melhor o dia ao lado de quem só lhe faz tão bem.

Se você ainda não experimentou a adrenalina de sentir seu coração bater tão rápido que seria capaz de gerar energia elétrica, enquanto suas mãos suam e tremem, e ao mesmo tempo suas pernas parecem ter esquecido como se anda, então você ainda não encontrou o amor da sua vida. E sim, parece um infarto, mas afinal, essas coisas que mechem com a alma conseguem parar o coração, ainda que por alguns poucos segundos, mas eu garanto a você: não há parada mais intensa e marcante que essa.

O amor é realmente lindo, mas às vezes também é uma memória. Sim, uma memória linda, porém, uma memória. Um passado, o que já foi, e também o que poderia ter sido. Há quem seja abençoado com o privilégio de encontrar o amor de sua vida na mesma pessoa todos os dias, mas em alguns casos, o amor da vida vai fazer parte de outra história.

Todos vivemos sob períodos onde somos regidos por nossos momentos e circunstâncias, e é isso o que gera nossos encontros e desencontros, entradas e saídas. Ciclos se iniciam e encerram-se a todo instante para que o ritmo do mundo não sofra interferência. O problema é que nem sempre o seu ritmo e o do seu grande amor estão em acordo.

Às vezes você precisa ir á Roma para ser uma pessoa bem sucedida, enquanto seu grande amor necessita permanecer trabalhando em uma loja de sapatos da Av. da Saudade. E às vezes você ainda precisa crescer mais um pouco interiormente, mas essa pessoa já evoluiu o suficiente para lhe deixar livre em seus aprendizados.

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E mesmo segurando essa mão por sobre os 7 mares, de vez em quando é preciso soltá-la para que ambos possam alcançar o céu. Não é por falta de amor, não é por falta de vontade ou menosprezo; é que a vida não funciona do jeito como queremos e pensamos, e nem sempre o amor da sua vida é um amor para a sua vida.

Vez ou outra a gente precisa abrir mão do que sente para poder viver em paz com o resto do mundo. E a gente continua carregando no peito aquele aperto, e na alma a certeza de que aquela pessoa foi tão diferente de todas as outras, e que podem as revistas exibir olhares brilhantes e bem maquiados, mas jamais elas trarão tanta sensibilidade e gentileza num par de olhos.

Nem sempre a gente fica com o amor da nossa vida. Às vezes a gente tem de conviver com a realidade de que aquele amor casou com outra pessoa, mudou para outro estado, encontrou um emprego que lhe ocupa todos os minutos, ou decidiu comprar uma bicicleta. Sei lá, cada amor se ocupa de uma maneira diferente, cada um sabe como mascarar sua dor.

Nem sempre a gente fica com o amor da nossa vida, e tudo bem, porque isso não é um peso, ou um vacilo; é apenas o desafio de todos os dias buscar em outro abraço a segurança que sentiu no que se foi. E nessa busca a gente encontra outra maneira de sorrir, e sobreviver, e resistir à tentação de procurar pelo nome que um dia invadiu os pensamentos e que faz o coração acelerar novamente só de ser ouvido, como se fosse à primeira vez. E a gente faz isso não porque quer, ou porque já esqueceu; é impossível esquecer, mas é preciso lembrar que já se foi, por um caminho diferente, em uma vida a qual você não faz parte. Então, tudo bem também, porque sempre haverá o registro do pequeno infinito criado por vocês dois, e a eternidade de cada segundo não pode ser diminuída por nenhuma distância física.

E esse sentimento não vai terminar. Ele se acalmará, e dará uma trégua ao seu coração, mas vai sempre estar ali, fazendo questão de te lembrar que um dia ele encontrou seu próprio lar, e ali fez morada.

Claro, vai haver outro tempo, outro amor, outra pessoa, mas nunca outro nome capaz de lhe causar um infarto apenas por ser ouvido. Mas tudo bem também, pois isso é a maior prova de que mesmo sendo interrompida, a história de vocês um dia foi escrita.




Há quem diga que os olhos são a janela da alma, então, no meu caso, eles são uma janela bem grande e aberta. Amante das artes, do universo e das palavras, necessito de música para viver, dos astros e estrelas para pulsar e dos versos para existir. A publicidade me escolheu; por isso anuncio paz, promovo sorrisos e transmito intensidade. Sou colunista do Fãs da Psicanálise.

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